Exportações brasileiras para os EUA batem recorde no 1º semestre

Levantamento da Câmara Americana de Comércio para o Brasil mostra que o desempenho para o período é o maior nos últimos 10 anos, com crescimento 8 vezes acima da média de aumento das exportações globais brasileiras. Containers na zona portuária do Rio de Janeiro
Marcos Serra Lima/G1
As exportações brasileiras para os Estados Unidos atingiram US$ 19,2 bilhões nos seis primeiros meses de 2024, um valor 12% maior que o que foi exportado ao país no primeiro semestre do ano passado.
O dado foi divulgado nesta segunda-feira (15) pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), em seu relatório trimestral “Monitor do Comércio Brasil-EUA”.
Em valor absoluto, o Brasil exportou US$ 2,1 bilhões a mais no período, em um desempenho recorde para a série histórica da pesquisa — últimos 10 anos.
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A Amcham destaca que os EUA foram o mercado para o qual o Brasil mais fez crescer suas exportações no 1º semestre de 2024. Os 12% de alta superam os resultados dos principais parceiros comerciais e blocos econômicos, como a China (3,9%), União Europeia (2,1%) e América do Sul (-24,3%).
Do total de incremento das vendas globais brasileiras, 29,1% foram exportações para os EUA (US$ 7,1 bilhões). O percentual representa oito vezes mais que a média de expansão de vendas do Brasil para o mundo (1,4%).
O relatório apontou que houve crescimento nas vendas para os Estados Unidos em todos os setores: indústria de transformação, extrativo e agropecuária.
Exportações Industriais
A indústria brasileira também bateu um recorde individual, ao ser responsável pela venda de US$ 14,7 bilhões aos EUA no primeiro semestre do ano. O crescimento registrado foi de 2,3%.
Com o resultado, os EUA se mantêm no primeiro lugar de destino das exportações industriais do Brasil, à frente, inclusive, dos blocos comerciais da União Europeia (US$ 10,8 bilhões) e do Mercosul (US$ 8,2 bilhões).
Os produtos de maior valor agregado lideram a lista, e representam oito dos 10 principais produtos negociados. Destacaram-se os combustíveis de petróleo (202,1%), o petróleo bruto (108,3%), o café (44,6%), a celulose (21,2%) e as aeronaves (11,9%).
Veja abaixo os 10 principais produtos exportados para os EUA:
Os 10 principais produtos exportados para os EUA.
Reproduçao/Comexstat/Amcham
Importações
As importações brasileiras dos Estados Unidos tiveram uma queda de 1% (redução de US$ 194 milhões). Porém, oito dos 10 principais itens importados tiveram aumento nas compras brasileiras.
Os destaques ficaram para as importações de aeronaves (+62,4%), polímeros de etileno (+50,8%), petróleo bruto (+48,9%), medicamentos (+32,9%), gás natural (+545,9%) e motores e máquinas não elétricos (+20,2%).
Veja a lista abaixo:
motores e máquinas não elétricos: +20,2%
polímeros de etileno: +50,8%
aeronaves: +62,4%
petróleo bruto: +48,9%
gás natural: +545,9%
carvão: -28%
instrumentos e aparelhos de medição: +5,2%
medicamentos: +32,9%
medicamentos veterinários: +10,7%
demais produtos: -9,2%
Comércio bilateral
O volume total de importações e exportações entre Brasil-EUA atingiu US$ 38,7 bilhões no primeiro semestre. A alta é de 5,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
Na balança comercial, o déficit para o Brasil foi o menor desta série histórica de 10 anos: menos US$ 218,3 milhões, uma redução de 91,2% em relação à diferença de 2023 em favor dos EUA.
“O recorde de exportações brasileiras reforça uma importância do mercado norteamericano como principal destino das vendas de produtos brasileiros de mais alto valor agregado e intensidade tecnológica”, afirma Abrão Neto, CEO da Amcham.
“Para o ano fechado de 2024, nós esperamos que a corrente bilateral alcance cerca de US$ 80 bilhões. Então, o desejo brasileiro de aumentar a produção industrial e acrescentar mais valor nas suas exportações, passa, na nossa visão, necessariamente, por essa aproximação.”
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