Empresa teve prejuízo de R$ 2,605 bilhões no 2º trimestre, primeiro resultado negativo da estatal desde o terceiro trimestre de 2020. Segundo a companhia, o desempenho foi impactado, principalmente, pela desvalorização cambial e por um acordo bilionário firmado com o governo federal para quitação de dívidas. Magda Chambriard concede primeira coletiva na Petrobras, nesta segunda-feira (27).
Ricardo Moraes/Reuters
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou nesta sexta-feira (9) que os resultados financeiros da empresa no segundo trimestre deste ano foram “sólidos e absolutamente dentro do esperado”.
A companhia registrou prejuízo de R$ 2,605 bilhões, primeiro resultado negativo da estatal desde o terceiro trimestre de 2020, quando reportou prejuízo de R$ 1,5 bilhão.
“Os resultados foram extremamente sólidos e absolutamente dentro do esperado. Os eventos não recorrentes que afetaram o lucro já eram de pleno conhecimento do mercado. Sem esses fatores, o resultado seria positivo, em linha com o trimestre anterior”, disse Chambriard.
Os números negativos da Petrobras entre abril e junho de 2024 foram impactados, principalmente, pela desvalorização cambial do período e por um acordo bilionário firmado com o governo federal para quitação de dívidas. (entenda mais abaixo)
Os dados, divulgados na quinta-feira (8), marcaram o primeiro balanço financeiro da Petrobras sob o comando de Chambriard. Ela assumiu a presidência da empresa em junho, após a demissão de Jean Paul Prates, em meio a uma polêmica sobre o pagamento de dividendos pela petroleira.
Nesta quinta, a estatal também anunciou a aprovação do pagamento de R$ 13,57 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio. (leia mais abaixo)
Resultados da Petrobras
Antes do prejuízo contabilizado, a empresa havia reportado lucro de R$ 23,7 bilhões no primeiro trimestre deste ano. Já no segundo trimestre do ano passado, os ganhos tinham sido de R$ 28,782.
Segundo a Petrobras, os números negativos entre abril e junho de 2024 sofreram os efeitos da desvalorização do real frente ao dólar e da chamada transação tributária — um acordo bilionário firmado com o governo federal para quitação de dívidas.
Em junho, a companhia aderiu a um processo para encerrar pendências fiscais e tributárias na ordem de R$ 45 bilhões com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e a Receita Federal.
Magda Chambriard afirmou a jornalistas que o acordo já havia sido “muito bem aceito” pelo mercado e que, com ele, “ganharam a Petrobras e a União.”
“Também era de pleno conhecimento do mercado o acordo salarial 2023-2025 e a desvalorização cambial ocorrida no segundo trimestre deste ano”, continuou Chambriard.
Em relatório de divulgação de resultados publicado na quinta-feira, o diretor financeiro e de relacionamento com investidores da Petrobras, Fernando Melgarejo, afirmou que, sem esses eventos exclusivos, o lucro líquido da companhia seria de US$ 5,4 bilhões no período.
“Já o Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] seria de US$ 12 bilhões, em linha com o trimestre anterior”, afirmou Melgarejo.
O diretor financeiro destacou, por outro lado, que a companhia “manteve uma forte geração de caixa no período”, que permitiu realizar US$ 3 bilhões em investimentos e “cumprir com a política de remuneração aos acionistas e pagar dividendos”.
“O resultado líquido do trimestre deve ser analisado à luz de eventos que impactaram o resultado contábil, mas sem impacto relevante no caixa da empresa”, disse Melgarejo.
Nesta sexta, a presidente da Petrobras destacou três pontos sobre o desempenho da petroleira:
sólida geração de caixa, com capacidade de gerar valor a partir das operações;
endividamento no menor patamar desde o terceiro trimestre de 2008;
e aumento de 11,1% de investimentos em relação ao trimestre passado.
“Garanto a vocês que o nosso foco foi e continuará sendo exploração e produção de petróleo e gás. E que vamos buscar mais fontes de energia limpa”, afirmou Chambriard.
Estratégia de preços
Sobre a política de preços adotada pela Petrobras em 2023, Magda Chambriard afirmou que os processos têm sido adotados “com atenção à tendência dos preços internacionais e aos competidores”.
Desde maio do ano passado, a estatal não segue mais a política de paridade internacional (PPI), que reajustava o preço dos combustíveis com base nas variações do dólar e da cotação do petróleo no exterior. Segundo a empresa, os preços para as distribuidoras passaram a seguir no intervalo entre:
o maior valor que um comprador pode pagar antes de querer procurar outro fornecedor;
e o menor valor que a Petrobras pode praticar na venda mantendo o lucro.
“Quando observamos os últimos meses de venda de combustíveis, vemos uma ligeira perda de market share [participação no mercado]. É sutil, mas ela existe. E é isso que mostra que estamos absolutamente certos na nossa estratégia de preços”, disse Magda Chambriard.
“Aumentar agora seria abrir mão de market share, o que está longe da nossa intenção.”
O último aumento nos combustíveis promovido pela Petrobras às distribuidoras ocorreu em 9 de julho, quando a gasolina subiu R$ 0,20 e o gás de cozinha de 13kg, R$ 3,10. Até então, o último reajuste havia sido em outubro de 2023.
Ebitda e receita de vendas
Conforme o balanço divulgado nesta quinta, o Ebitda ajustado da companhia totalizou R$ 49,7 bilhões entre abril e junho, uma queda de 12,3% em relação ao mesmo período de 2023.
Na comparação com o primeiro trimestre, houve um recuo de 17%, influenciado por menores margens de diesel e gasolina, além do aumento das importações e de itens não recorrentes — com destaque para os efeitos do acordo de trabalho de 2023 e da adesão à transação tributária.
Segundo a Petrobras, esses efeitos foram parcialmente compensados pelo aumento das receitas com exportações decorrente, principalmente, da valorização do petróleo tipo Brent.
Enquanto isso, a receita de vendas da petroleira somou R$ 122,3 bilhões no segundo trimestre, alta de 7,4% na comparação anual e avanço de 3,9% em relação ao trimestre anterior.
No mês passado, a empresa havia reportado que sua produção de petróleo no Brasil cresceu 2,6% entre abril e junho em comparação com o mesmo período de 2023, principalmente por conta do avanço operacional de plataformas que entraram em operação ao longo do ano passado.
Dividendos
Com o resultado do segundo trimestre, a empresa também informou que seu Conselho de Administração aprovou o pagamento de R$ 13,57 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio.
O valor é equivalente a R$ 1,05320017 por ação ordinária e preferencial em circulação. Os recursos serão pagos em duas parcelas, divididas da seguinte forma:
a primeira, no valor de R$ 0,52660009 por ação ordinária e preferencial em circulação, em 21 de novembro de 2024, sendo R$ 0,11384838 sob a forma de dividendos e R$ 0,41275171 sob a forma de juros sobre capital próprio.
a segunda, no valor de R$ 0,52660008 por ação ordinária e preferencial em circulação, em 20 de dezembro de 2024, sob a forma de dividendos.
De acordo com a empresa, para quem tem ações da Petrobras negociadas na bolsa de valores brasileira (B3), a data de corte é dia 21 de agosto de 2024. Já para os detentores de ADRs (American Depositary Receipts), o chamado “record date” é 23 de agosto.
Ainda no caso das ADRs, os pagamentos serão feitos em datas diferentes: a partir de 29 de novembro de 2024 e de 30 de dezembro do mesmo ano.
A Petrobras informou que a distribuição dos dividendos está alinhada à política vigente de remuneração aos acionistas.
A norma prevê o pagamento de 45% do fluxo de caixa livre caso a empresa tenha endividamento bruto igual ou inferior ao nível máximo definido no plano estratégico (atualmente US$ 65 bilhões) e caso tenha resultado positivo acumulado.
Petrobras registra prejuízo de R$ 2,6 bilhões no 2° trimestre
Ricardo Moraes/Reuters
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou nesta sexta-feira (9) que os resultados financeiros da empresa no segundo trimestre deste ano foram “sólidos e absolutamente dentro do esperado”.
A companhia registrou prejuízo de R$ 2,605 bilhões, primeiro resultado negativo da estatal desde o terceiro trimestre de 2020, quando reportou prejuízo de R$ 1,5 bilhão.
“Os resultados foram extremamente sólidos e absolutamente dentro do esperado. Os eventos não recorrentes que afetaram o lucro já eram de pleno conhecimento do mercado. Sem esses fatores, o resultado seria positivo, em linha com o trimestre anterior”, disse Chambriard.
Os números negativos da Petrobras entre abril e junho de 2024 foram impactados, principalmente, pela desvalorização cambial do período e por um acordo bilionário firmado com o governo federal para quitação de dívidas. (entenda mais abaixo)
Os dados, divulgados na quinta-feira (8), marcaram o primeiro balanço financeiro da Petrobras sob o comando de Chambriard. Ela assumiu a presidência da empresa em junho, após a demissão de Jean Paul Prates, em meio a uma polêmica sobre o pagamento de dividendos pela petroleira.
Nesta quinta, a estatal também anunciou a aprovação do pagamento de R$ 13,57 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio. (leia mais abaixo)
Resultados da Petrobras
Antes do prejuízo contabilizado, a empresa havia reportado lucro de R$ 23,7 bilhões no primeiro trimestre deste ano. Já no segundo trimestre do ano passado, os ganhos tinham sido de R$ 28,782.
Segundo a Petrobras, os números negativos entre abril e junho de 2024 sofreram os efeitos da desvalorização do real frente ao dólar e da chamada transação tributária — um acordo bilionário firmado com o governo federal para quitação de dívidas.
Em junho, a companhia aderiu a um processo para encerrar pendências fiscais e tributárias na ordem de R$ 45 bilhões com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e a Receita Federal.
Magda Chambriard afirmou a jornalistas que o acordo já havia sido “muito bem aceito” pelo mercado e que, com ele, “ganharam a Petrobras e a União.”
“Também era de pleno conhecimento do mercado o acordo salarial 2023-2025 e a desvalorização cambial ocorrida no segundo trimestre deste ano”, continuou Chambriard.
Em relatório de divulgação de resultados publicado na quinta-feira, o diretor financeiro e de relacionamento com investidores da Petrobras, Fernando Melgarejo, afirmou que, sem esses eventos exclusivos, o lucro líquido da companhia seria de US$ 5,4 bilhões no período.
“Já o Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] seria de US$ 12 bilhões, em linha com o trimestre anterior”, afirmou Melgarejo.
O diretor financeiro destacou, por outro lado, que a companhia “manteve uma forte geração de caixa no período”, que permitiu realizar US$ 3 bilhões em investimentos e “cumprir com a política de remuneração aos acionistas e pagar dividendos”.
“O resultado líquido do trimestre deve ser analisado à luz de eventos que impactaram o resultado contábil, mas sem impacto relevante no caixa da empresa”, disse Melgarejo.
Nesta sexta, a presidente da Petrobras destacou três pontos sobre o desempenho da petroleira:
sólida geração de caixa, com capacidade de gerar valor a partir das operações;
endividamento no menor patamar desde o terceiro trimestre de 2008;
e aumento de 11,1% de investimentos em relação ao trimestre passado.
“Garanto a vocês que o nosso foco foi e continuará sendo exploração e produção de petróleo e gás. E que vamos buscar mais fontes de energia limpa”, afirmou Chambriard.
Estratégia de preços
Sobre a política de preços adotada pela Petrobras em 2023, Magda Chambriard afirmou que os processos têm sido adotados “com atenção à tendência dos preços internacionais e aos competidores”.
Desde maio do ano passado, a estatal não segue mais a política de paridade internacional (PPI), que reajustava o preço dos combustíveis com base nas variações do dólar e da cotação do petróleo no exterior. Segundo a empresa, os preços para as distribuidoras passaram a seguir no intervalo entre:
o maior valor que um comprador pode pagar antes de querer procurar outro fornecedor;
e o menor valor que a Petrobras pode praticar na venda mantendo o lucro.
“Quando observamos os últimos meses de venda de combustíveis, vemos uma ligeira perda de market share [participação no mercado]. É sutil, mas ela existe. E é isso que mostra que estamos absolutamente certos na nossa estratégia de preços”, disse Magda Chambriard.
“Aumentar agora seria abrir mão de market share, o que está longe da nossa intenção.”
O último aumento nos combustíveis promovido pela Petrobras às distribuidoras ocorreu em 9 de julho, quando a gasolina subiu R$ 0,20 e o gás de cozinha de 13kg, R$ 3,10. Até então, o último reajuste havia sido em outubro de 2023.
Ebitda e receita de vendas
Conforme o balanço divulgado nesta quinta, o Ebitda ajustado da companhia totalizou R$ 49,7 bilhões entre abril e junho, uma queda de 12,3% em relação ao mesmo período de 2023.
Na comparação com o primeiro trimestre, houve um recuo de 17%, influenciado por menores margens de diesel e gasolina, além do aumento das importações e de itens não recorrentes — com destaque para os efeitos do acordo de trabalho de 2023 e da adesão à transação tributária.
Segundo a Petrobras, esses efeitos foram parcialmente compensados pelo aumento das receitas com exportações decorrente, principalmente, da valorização do petróleo tipo Brent.
Enquanto isso, a receita de vendas da petroleira somou R$ 122,3 bilhões no segundo trimestre, alta de 7,4% na comparação anual e avanço de 3,9% em relação ao trimestre anterior.
No mês passado, a empresa havia reportado que sua produção de petróleo no Brasil cresceu 2,6% entre abril e junho em comparação com o mesmo período de 2023, principalmente por conta do avanço operacional de plataformas que entraram em operação ao longo do ano passado.
Dividendos
Com o resultado do segundo trimestre, a empresa também informou que seu Conselho de Administração aprovou o pagamento de R$ 13,57 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio.
O valor é equivalente a R$ 1,05320017 por ação ordinária e preferencial em circulação. Os recursos serão pagos em duas parcelas, divididas da seguinte forma:
a primeira, no valor de R$ 0,52660009 por ação ordinária e preferencial em circulação, em 21 de novembro de 2024, sendo R$ 0,11384838 sob a forma de dividendos e R$ 0,41275171 sob a forma de juros sobre capital próprio.
a segunda, no valor de R$ 0,52660008 por ação ordinária e preferencial em circulação, em 20 de dezembro de 2024, sob a forma de dividendos.
De acordo com a empresa, para quem tem ações da Petrobras negociadas na bolsa de valores brasileira (B3), a data de corte é dia 21 de agosto de 2024. Já para os detentores de ADRs (American Depositary Receipts), o chamado “record date” é 23 de agosto.
Ainda no caso das ADRs, os pagamentos serão feitos em datas diferentes: a partir de 29 de novembro de 2024 e de 30 de dezembro do mesmo ano.
A Petrobras informou que a distribuição dos dividendos está alinhada à política vigente de remuneração aos acionistas.
A norma prevê o pagamento de 45% do fluxo de caixa livre caso a empresa tenha endividamento bruto igual ou inferior ao nível máximo definido no plano estratégico (atualmente US$ 65 bilhões) e caso tenha resultado positivo acumulado.
Petrobras registra prejuízo de R$ 2,6 bilhões no 2° trimestre
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