Um levantamento da Quaest, realizado com exclusividade para o jornal “O Globo”, mostra que a classe média brasileira tem novas aspirações. Atualmente, metade dos brasileiros (50,1%) estão nas classes C, B e A, o que é considerado um patamar médio de padrão de vida.
A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. Foram entrevistadas 2 mil pessoas ao longo de 2024.
Diploma
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O diploma, por exemplo, é apontado como importante para pouco mais da metade dos entrevistados de classe média – essa foi a resposta de 52% das pessoas desses estratos sociais que responderam a pesquisa.
O cientista político Felipe Nunes, CEO da Quaest, disse a “O Globo” que a desvalorização da faculdade é reflexo de uma perspectiva mais imediatista das pessoas nos estratos médios. “Há uma tentativa de se ganhar dinheiro com menos esforço. É uma visão nova de empreendedorismo e imediatismo, muito explicada pelo comportamento digital, do prazer do consumo rápido. O esforço para se chegar ao ensino superior não está tão valorizado, e seu retorno já não é tão direto e objetivo quanto antes”.
Como usam o dinheiro
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A pesquisa Quaest também perguntou como as pessoas de classe média usavam o dinheiro quando sobrava. Economizar e guardar para o futuro foi resposta de 23% dos entrevistados. Ajudar a família foi a preferência de 12%, e usar o que sobra em viagens, de 11%.
Endividamento
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Segundo a pesquisa, 54% das pessoas de classe média têm poucas dívidas, 23% não têm dívidas e 22% têm muitas dívidas.
Questionados sobre o que pensam a respeito do dinheiro, 80% concordam que é para gastar e 75% para guardar.
A pesquisa mostra ainda que a classe média está pessimista com a situação econômica: 41% dizem que a economia piorou nos 12 meses anteriores.
Família menor e nostalgia
Os dados da Quaest comprovam o que todos já percebemos no dia-a-dia: as famílias estão menores. 23% dos brasileiros da classe média vivem só com uma pessoa, e 10% moram sozinhos.
Há um sentimento de nostalgia na classe média também: mais da metade (55%) acredita que o Brasil era melhor “no tempo dos nossos avós”.
A casa própria ainda é uma das principais aspirações, segundo o levantamento.
Privatizações e Impostos
Quando a pergunta é sobre privatização de empresas públicas como a Petrobras, os Correios e a Caixa, 37% das pessoas de classe média concordam que devem ser privatizadas, e 54% são contra.
Impostos para os mais ricos para ajudar os pobres, segundo o levantamento da Quaest, são defendidos por 71% das pessoas de classe média.