Segundo o grupo, esquema fraudulento era caracterizado, principalmente, por lançamentos indevidos na conta de fornecedores. A Polícia Federal também está conduzindo uma investigação sobre o caso. Unidade das Lojas Americanas, em Sorocaba (SP), fechada após expediente
Eduardo Ribeiro Jr./g1
A Americanas anunciou na terça-feira (16) que a investigação de um comitê independente encontrou a fraude contábil que levou a companhia a um dos maiores pedidos de recuperação judicial do Brasil, em janeiro de 2023.
A Polícia Federal também está conduzindo uma investigação sobre a fraude de R$ 25,3 bilhões na Americanas.
“As evidências apresentadas pelo comitê confirmam a existência de fraude contábil, caracterizada, principalmente, por lançamentos indevidos na conta de fornecedores”, disse a Americanas em documento à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Segundo o comitê independente, os lançamentos indevidos foram feitos por meio de contratos fictícios de VPC (verbas de propaganda cooperada) e por operações financeiras conhecidas como risco sacado, “dentre outras operações fraudulentas e incorretamente refletidas no balanço da companhia”.
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A varejista disse que tomará as medidas necessárias para informar às autoridades sobre as conclusões do comitê independente. A empresa também afirmou que “continuará colaborando integralmente com as investigações em curso”.
O ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, um dos principais alvos da investigação policial, foi preso em Madri no fim do mês passado e, em seguida, liberado. As autoridades brasileiras estão buscando sua extradição da Espanha, onde ele vive atualmente.
Anna Saicali, ex-executiva da Americanas envolvida na suposta fraude contábil, entregou seu passaporte à polícia, o que a impede de deixar o Brasil por enquanto.
Ex-diretora do Grupo Americanas volta ao Brasil e entrega passaporte à PF
Os advogados que representam Gutierrez e Saicali disseram em declarações separadas que seus clientes negam qualquer irregularidade e estão colaborando com a investigação.
A Americanas foi fundada em 1929, em Niterói (RJ), por um grupo que incluía empresários austríacos e norte-americanos.
Os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira adquiriram posteriormente uma participação dominante na empresa.
Os três, que não foram citados na investigação policial, atualmente possuem cerca de 30% das ações e concordaram em colocar capital adicional para resgatar a empresa em dificuldades, o que vai elevar a parcela deles na companhia para 49,2% do capital social.
“Estou cético quanto ao futuro da Americanas, quanto à sustentabilidade de seu modelo de negócios”, disse o consultor André Pimentel, sócio-gerente da Performa Partners, que trabalhou em uma reestruturação da Americanas no início dos anos 2000.
A varejista vem lutando há anos contra a concorrência feroz de rivais mais experientes na Internet, como o Mercado Livre. E contra empresas locais, como o Magazine Luiza, além de grupos asiáticos, como AliExpress, Shopee e Shein.
As ações da Americanas tinham alta de cerca de 5% nesta quarta-feira (17), cotadas a R$ 0,70, acumulando queda de cerca de 22% no ano até a véspera.
Eduardo Ribeiro Jr./g1
A Americanas anunciou na terça-feira (16) que a investigação de um comitê independente encontrou a fraude contábil que levou a companhia a um dos maiores pedidos de recuperação judicial do Brasil, em janeiro de 2023.
A Polícia Federal também está conduzindo uma investigação sobre a fraude de R$ 25,3 bilhões na Americanas.
“As evidências apresentadas pelo comitê confirmam a existência de fraude contábil, caracterizada, principalmente, por lançamentos indevidos na conta de fornecedores”, disse a Americanas em documento à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Segundo o comitê independente, os lançamentos indevidos foram feitos por meio de contratos fictícios de VPC (verbas de propaganda cooperada) e por operações financeiras conhecidas como risco sacado, “dentre outras operações fraudulentas e incorretamente refletidas no balanço da companhia”.
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O ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, um dos principais alvos da investigação policial, foi preso em Madri no fim do mês passado e, em seguida, liberado. As autoridades brasileiras estão buscando sua extradição da Espanha, onde ele vive atualmente.
Anna Saicali, ex-executiva da Americanas envolvida na suposta fraude contábil, entregou seu passaporte à polícia, o que a impede de deixar o Brasil por enquanto.
Ex-diretora do Grupo Americanas volta ao Brasil e entrega passaporte à PF
Os advogados que representam Gutierrez e Saicali disseram em declarações separadas que seus clientes negam qualquer irregularidade e estão colaborando com a investigação.
A Americanas foi fundada em 1929, em Niterói (RJ), por um grupo que incluía empresários austríacos e norte-americanos.
Os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira adquiriram posteriormente uma participação dominante na empresa.
Os três, que não foram citados na investigação policial, atualmente possuem cerca de 30% das ações e concordaram em colocar capital adicional para resgatar a empresa em dificuldades, o que vai elevar a parcela deles na companhia para 49,2% do capital social.
“Estou cético quanto ao futuro da Americanas, quanto à sustentabilidade de seu modelo de negócios”, disse o consultor André Pimentel, sócio-gerente da Performa Partners, que trabalhou em uma reestruturação da Americanas no início dos anos 2000.
A varejista vem lutando há anos contra a concorrência feroz de rivais mais experientes na Internet, como o Mercado Livre. E contra empresas locais, como o Magazine Luiza, além de grupos asiáticos, como AliExpress, Shopee e Shein.
As ações da Americanas tinham alta de cerca de 5% nesta quarta-feira (17), cotadas a R$ 0,70, acumulando queda de cerca de 22% no ano até a véspera.
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