Bradesco tem lucro de R$ 5,86 bilhões no 1º trimestre, alta de 39%

O resultado ficou acima da média das previsões de analistas compiladas pela Lseg, que apontava lucro de R$ 5,47 bilhões. Ilustração de logo do Bradesco.
Reuters
O Bradesco teve lucro líquido recorrente de R$ 5,86 bilhões no primeiro trimestre, uma alta de 39,3% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado foi marcado pela melhora na rentabilidade, enquanto a carteira de crédito alcançou a marca de R$ 1 trilhão.
Os números ficaram acima da média das previsões de analistas compiladas pela Lseg, que apontava lucro de R$ 5,47 bilhões. Em relação ao quarto trimestre do ano passado, o resultado dos primeiros três meses do ano representou uma expansão de 8,6%.
O banco também anunciou renovação em seu programa de recompra de ações, com validade de 18 meses, e meta de aquisição de até 106.584.881 papéis. Além disso, as estimativas para o ano foram mantidas.
O retorno anualizado sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) ficou em 14,4%, de 10,2% um ano antes.
“O crescimento das receitas foi a principal razão de melhora da nossa rentabilidade e esse deve ser o padrão este ano”, disse o presidente-executivo do banco, Marcelo Noronha.
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De janeiro a março, as receitas totais alcançaram R$ 32,3 bilhões, aumento de 15,3% ano a ano e queda de 1,5% no trimestre.
“Reduzimos nosso apetite ao risco, mas não deixamos de fazer bons negócios”, afirmou o executivo que vem comandando desde o final de 2023 um plano de transformação no banco.
“Avançaremos, mantendo a boa qualidade das novas safras de crédito, fazendo créditos principalmente com garantias”, acrescentou em nota.
Ao final de março, a carteira de crédito do Bradesco somava R$ 1,005 trilhão, aumento de 12,9% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 2,4% frente ao final de 2024. Na base anual, pessoa física mostrou expansão de 16,2%, enquanto na pessoa jurídica houve acréscimo de 10,6%.
O índice de inadimplência acima de 90 dias total ficou em 4,1%, de 5,0% no final de março de 2024 e 4,0% no término de dezembro do ano passado. Na comparação ano a ano, o destaque ficou para a melhora do segmento micro, pequenas e médias empresas e estabilidade nas pessoas físicas.
A despesa de provisão com perdas esperadas somou R$8,379 bilhões no primeiro trimestre, queda de 0,7% em relação aos mesmos meses de 2024, mas aumento de 2,3% frente ao trimestre imediatamente anterior. A receita com recuperação de créditos cresceu 18,1% ano a ano e 1,4% no trimestre.
A PDD expandida — ou custo do crédito, que somou R$ 7,642 bilhões — em relação às operações de crédito expandida ficou em 3%, de 3,5% um ano antes e estável frente ao último trimestre de 2024, com o banco citando qualidade da originação, principalmente no massificado.
O Bradesco também destacou uma redução das despesas do atacado e maior eficiência na cobrança, com aumento das receitas de recuperação de créditos líquidos de descontos.
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Margem financeira
A margem financeira total cresceu 13,7% ano a ano, mas apenas 1,4% no trimestre, com a margem com cliente mostrando aumento de 15,5% e 3,8%, respectivamente, enquanto a margem de mercado caiu 26,7% e 45,1% na mesma comparação, impactada pelo menor resultado com a gestão de ativos e passivos (ALM).
A margem financeira líquida, que representa a margem financeira total menos a despesa de PDD expandida, subiu 30,6%, a R$ 9,59 bilhões.
A receita com prestações de serviços foi de R$ 9,769 bilhões, 10,2% acima do primeiro trimestre do ano passado, mas 4,8% abaixo do resultado dos últimos três meses de 2024. O desempenho ano a ano foi influenciado pelo aumento da participação na empresa de meios de pagamento Cielo. Excluindo isso, a variação seria de 3,8% nessa base.
As despesas operacionais totais do Bradesco cresceram 12,3% ano a ano, mas recuaram 8,6% na comparação trimestral, para R$ 15 bilhões.
O índice de Basileia total do banco ficou em 15,4%, de 15,1% um ano antes e 14,8% em dezembro, enquanto índice de capital nivel 1 passou para 13%, de 12,6% um ano antes e 12,4% em dezembro.
O Bradesco deu continuidade no primeiro trimestre à estratégia de enxugamento de rede de agências, que encerrou com 2.284 unidades, de 2.704 ao final de março do ano passado. As unidades de negócios somaram 721 e os pontos de atendimento ficaram em 2.276, também mostrando reduções na comparação anual.
O negócio de seguros do banco teve lucro líquido recorrente de R$ 2,4 bilhões no primeiro trimestre, alta de 25,3% em relação ao mesmo período de 2024, mas queda de 3,6% no trimestre. Houve aumento nas provisões técnicas, de 11,2% em 12 meses e de 2,6% no trimestre, para R$ 414,3 bilhões.
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