Em meio à alta dos juros, Brasil cria 431,9 mil empregos formais em fevereiro e bate recorde

Carnaval ter caído em março neste ano pode ter contribuído para o bom resultado em fevereiro, que teve mais dias úteis. Para ministro do Trabalho, economia deve seguir aquecida. A economia brasileira gerou 431,99 mil empregos formais em fevereiro deste ano, informou nesta sexta-feira (28) o Ministério do Trabalho e Emprego.
Ao todo, segundo o governo federal, foram registradas em fevereiro:
2,58 milhões de contratações;
2,15 milhões de demissões.
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, que teve geração de 307,5 mil empregos formais, houve um aumento de 40,4%, conforme dados oficiais.
O resultado em fevereiro deste ano é o melhor entre todos os meses desde o início da nova série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em 2020.
Até então, a maior criação de vagas com carteira assinada havia sido registrada em fevereiro de 2021, quando foram gerados 397,8 mil empregos formais.
A comparação dos números com anos anteriores a 2020, segundo analistas, não é mais adequada, porque o governo mudou a metodologia.
Alta dos juros
A forte criação de empregos formais acontece em meio ao processo de alta dos juros, que vem sendo implementada pelo Banco Central desde setembro do ano passado para tentar conter pressões inflacionárias.
Atualmente, a taxa Selic está em 14,25% ao ano, após cinco elevações, patamar igual ao registrado o governo Dilma Rousseff, em 2015 e 2016.
E o Banco Central já avisou que deve promover nova alta da taxa básica em maio deste ano.
Posição do Ministério do Trabalho
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou nesta sexta-feira que a geração recorde de emprego formal em fevereiro deste ano é resultado do trabalho do governo, que tem adotado medidas para estimular a economia, além das reformas que o Congresso Nacional aprovou nos últimos anos.
“Isso é repercussão. É resultado dos investimentos, públicos e privados. Se você não sangra pelo pagamento de juros, que é o que está acontecendo, sobra mais para investimento”, declarou o ministro Luiz Marinho, do Trabalho.
Segundo ele, o fato de o carnaval ter acontecido no mês de março, neste ano, também pode ter contribuído para o bom resultado de fevereiro, que contou com mais dias úteis. Em consequência, março pode ter um resultado menos favorável.
“Eu espero que a economia continue aquecida, afinal de contas tem muita gente no subemprego (…) Como disse o presidente Lula, vamos continuar tocando no ritmo que estamos. É bem-vindo o crescimento. Não acredito que alguém diga que o crescimento não é bem-vindo. Os preços, inflação, tem outros mecanismos de controle, com mais produção. Precisamos ter a cabeça no lugar e sangue frio”, acrescentou Marinho, do Ministério do Trabalho.
Primeiro bimestre
De acordo com o Ministério do Trabalho, 576,08 mil empregos formais foram criados no país nos dois primeiros meses deste ano.
O número representa alta de 19,8% na comparação com o mesmo período de 2024, quando foram criadas 480,7 mil vagas com carteira assinada.
Essa foi a maior geração de empregos formais para esse período desde 2021, quando foram abertas 652,2 mil vagas com carteira assinada.
Setores
Os números do Caged de fevereiro de 2025 mostram que foram criados empregos formais nos cinco setores da economia.
Regiões do país
Os dados também revelam que foram abertas vagas nas cinco regiões do país no mês passado.
Salário médio de admissão
O governo também informou que o salário médio de admissão foi de R$ 2.205,25 em fevereiro deste ano, o que representa queda real (descontada a inflação) em relação a janeiro deste ano (R$ 2.284,65).
Na comparação com fevereiro do ano passado, porém, houve crescimento no salário médio de admissão. Naquele mês, o valor foi de R$ 2.190,28.
Caged x Pnad
Carteira de Trabalho
Getty Images via BBC
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados consideram os trabalhadores com carteira assinada, ou seja, não incluem os informais.
Com isso, os resultados não são comparáveis com os números do desemprego divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad).
Deixe seu Comentário
Ir Para o Topo