Pesquisadores e agricultores notam que de 2012 para cá, a falta de chuvas foi deixando de ser sinal de um ano ruim para a colheita, mas virou regra. Agricultura se adapta a eventos climáticos
Os extremos climáticos estão obrigando agricultores a adaptarem as plantações.
A horta plantada na cidade há oito anos nunca conheceu a garoa de fim de tarde que deu fama a São Paulo. O verde que se vê é resultado da rega.
“Não era para o quiabo estar produzindo ainda, porque já era para ter passado o tempo. Mas as plantas estão sentindo e ainda estão produzindo”, diz o agricultor Manoel Mendes da Silva.
Pesquisadores e agricultores notam que de 2012 para cá, a falta de chuvas foi deixando de ser sinal de um ano ruim para a colheita, mas virou regra. Hoje, só 5% das lavouras brasileiras são irrigadas, porque nunca precisou. Mas, a cada ano, são necessárias novas adaptações e investimentos em recursos que nunca faltaram no Brasil.
Produtividade no campo significa quando cada hectare é capaz de produzir. Entre 1970 e 2010, o crescimento da produtividade no campo era, em média, de 4% ao ano. De 2012 para cá, não passa de 1,5%. O agronegócio brasileiro é tão forte que pode estar mascarando o impacto da estiagem. É o que conclui o pesquisador Braulio Borges, da FGV Ibre.
“Nos últimos três, quatro anos, essa pujança que a gente vê do agronegócio no Brasil foi muito mais preço do que quantidade. Vem essa questão da estiagem já afetando negativamente a nossa economia e o agronegócio já há bastante tempo”, afirma Braulio Borges.
O economista André Diz concorda.
“Uma parte significativa dos produtores já percebeu que as adversidades climáticas afetam o seu negócio de forma direta e agora começam a buscar novas formas de se proteger ou de se adaptar a esses eventos climáticos adversos”, diz André Diz, professor de economia no Ibmec.
No interior de São Paulo, os produtores investem na pesquisa de raízes profundas, que busquem água e resiliência para o café que secou com o calor.
“Estamos falando de 1/3 a menos de chuva, e no período chave, que é o período de desenvolvimento e enchimento de fruto, de grão. Um dos principais atributos da comercialização do café é o tamanho do grão, e o tamanho do grão é considerado qualidade física desse produto”, explica o produtor de café João Moraes.
A inundação das fazendas no Sul no primeiro semestre, esse cenário de seca agora, vão plantando uma ideia para colher no futuro.
“Essa derrubada acumulada, por exemplo da floresta, acaba gerando menos chuva, que afeta todo o país. Não só em um setor, mas em vários setores da economia. Desenvolvimento econômico e sustentabilidade não são antagônicos, porque a sustentabilidade ambiental vai dar sustentabilidade para o próprio desenvolvimento econômico e social ao longo do tempo”, diz pesquisador Braulio Borges.
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Produtividade no campo significa quando cada hectare é capaz de produzir. Entre 1970 e 2010, o crescimento da produtividade no campo era, em média, de 4% ao ano. De 2012 para cá, não passa de 1,5%. O agronegócio brasileiro é tão forte que pode estar mascarando o impacto da estiagem. É o que conclui o pesquisador Braulio Borges, da FGV Ibre.
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O economista André Diz concorda.
“Uma parte significativa dos produtores já percebeu que as adversidades climáticas afetam o seu negócio de forma direta e agora começam a buscar novas formas de se proteger ou de se adaptar a esses eventos climáticos adversos”, diz André Diz, professor de economia no Ibmec.
No interior de São Paulo, os produtores investem na pesquisa de raízes profundas, que busquem água e resiliência para o café que secou com o calor.
“Estamos falando de 1/3 a menos de chuva, e no período chave, que é o período de desenvolvimento e enchimento de fruto, de grão. Um dos principais atributos da comercialização do café é o tamanho do grão, e o tamanho do grão é considerado qualidade física desse produto”, explica o produtor de café João Moraes.
A inundação das fazendas no Sul no primeiro semestre, esse cenário de seca agora, vão plantando uma ideia para colher no futuro.
“Essa derrubada acumulada, por exemplo da floresta, acaba gerando menos chuva, que afeta todo o país. Não só em um setor, mas em vários setores da economia. Desenvolvimento econômico e sustentabilidade não são antagônicos, porque a sustentabilidade ambiental vai dar sustentabilidade para o próprio desenvolvimento econômico e social ao longo do tempo”, diz pesquisador Braulio Borges.
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