Segundo o ministro da Fazenda, o presidente tem se desdobrado para ajustar as contas públicas enquanto tenta atender interesses de classe. Ele diz confiar no trabalho de Galípolo no BC e aguarda “plano de voo” de Trump na relação com o Brasil. Empresários não querem abrir mão de seus privilégios, afirma Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que o presidente Lula tem se desdobrado para ajustar as contas públicas enquanto também tenta atender diversos interesses de classe. A declaração foi dada ao GloboNews Mais.
Segundo Haddad, há uma série de resistências para ajustar as contas públicas.
“O empresário não quer abrir mão dos seus privilégios, o trabalhador não quer abrir mão dos seus direitos e não deve, porque é parte mais fraca, a classe política, o Judiciário e o Executivo têm a sua dinâmica”, afirmou o ministro.
Segundo Haddad, apesar de tais resistências, o presidente Lula tem feito além do que pode para melhorar a questão fiscal brasileira.
“O maestro dessa orquestra, o presidente, tem recebido esses insumos todo e, na minha opinião, ele está processando da maneira para além do possível. [Lula] Está fazendo um esforço realmente grande de coordenar os poderes, as ações, para conseguir os melhores objetivos”, disse o petista.
Governo vai liberar “emenda-panetone” de R$ 5 milhões a cada parlamentar para aprovar orçamento essa semana
PT pega leve nas críticas ao BC de Galípolo; oposição aproveita para bater forte na alta dos juros
Aumento de juros pelo Banco Central
Na entrevista, Haddad definiu o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, como uma pessoa “muito séria” e disse não ter se surpreendido com a decisão de elevar os juros para 14,25% ao ano, anunciada na quinta-feira (19).
“Nós não esperávamos um cavalo de pau do [Gabriel] Galípolo. Ele tem um compromisso com a coerência das medidas do BC para cumprir o seu mandato. Qual seja: trazer a inflação para a meta. Esse é o compromisso do Galípolo”, afirmou Haddad ao GloboNews Mais.
Haddad diz que tem confiança em Galípolo e que presidente do BC é tecnicamente preparado
“O empresário não quer abrir mão dos seus privilégios, o trabalhador não quer abrir mão dos seus direitos e não deve, porque é parte mais fraca, a classe política, o Judiciário e o Executivo têm a sua dinâmica”
Galípolo é uma indicação do presidente Lula (PT) e substituiu Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Haddad afirmou que ele e o governo Lula têm confiança no novo comandante do BC.
Medidas econômicas no Congresso
Haddad abordou os projetos relacionados à economia que o governo Lula enviou ao Congresso Nacional, como ampliar a isenção no Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil mensais, o financiamento do programa Pé de Meia e o Orçamento de 2025, que deveria ter sido votado e aprovado no ano passado.
Sobre o IR, Haddad confirmou a informação de que o governo Lula pretende encerrar isenções fiscais para custear a estimativa de R$ 28 bilhões na arrecadação que a isenção do IR irá provocar.
“É o caminho que nós estamos propondo. Porque nós estamos revendo algumas isenções fiscais. Você está falando de uma pessoa que ganha R$ 1 milhão por ano e não paga sequer 10% de imposto de renda”, disse Haddad.
Nesta terça, o governo Lula apresentou o texto da proposta do IR que, agora, será votado por deputados e senadores. A tramitação ainda não começou, e as regras que forem aprovadas neste ano só começam a valer em 2026. Haddad comentou sua expectativa no Congresso.
Segundo Haddad, o projeto de reformar o IR não irá gerar perdas para a arrecadação de estados e municípios e para setores específicos da economia, como o agronegócio, por exemplo.
“Eu, diante de uma injustiça dessa natureza, apresentei para o presidente da República uma alternativa de compensação que eu considero a mais justa possível. Ele fez uma promessa de campanha, que aliás o Bolsonaro fez e não cumpriu, ele [Lula] quer cumprir porque ele se difere do seu antecessor porque tem honra e palavra”, disse o ministro da Fazenda.
Queda de aprovação no mercado financeiro
Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta semana indica que Haddad teve piora na avaliação junto ao mercado financeiro: 58% consideram sua atuação negativa (eram 24% no levantamento anterior, em dezembro de 2024), enquanto 10%, positiva (eram 41%).
Segundo o ministro, ele tem se reunido com representantes do mercado para “criar pontes” e mantém diálogo aberto com o setor.
“Eu entendo o mercado financeiro, mas eu não posso só olhar para o mercado financeiro. Eu tenho que ter uma visão um pouco mais ampla do que está acontecendo”, disse.
O mesmo levantamento colocou o trabalho de Lula como negativo para a maior parte do mercado (88%), enquanto o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, é mal avaliado por 8% e avaliado positivamente por 45% dos agentes de mercado entrevistados.
‘Aguardar’ postura do governo Trump com o Brasil
Haddad abordou as ameaças do governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, de taxar produtos brasileiros. O país já confirmou tarifa de 25% sobre aço e alumínio, que impacta o país. Porém, o ministro da Fazenda diz que não levará “gasolina para a fogueira” e que aguarda uma postura oficial do governo Trump na relação direta com o Brasil.
“Como eles estão abrindo guerra com o mundo inteiro, não vão preservar o Brasil. Mas quando for para uma mesa de negociação, eles vão botar o etanol na mesa, nós vamos colocar o açúcar na mesa. Tem uma longa negociação que vai acontecer”, disse o ministro.
Caso aconteça alguma divergência entre os países, afirma Haddad, ele confia que a diplomacia será responsável por azeitar a situação. “O Brasil tem uma grande diplomacia e sabe lidar com esse tipo de coisa. Estamos deixando eles apresentarem o plano de voo na relação conosco”, afirmou.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que o presidente Lula tem se desdobrado para ajustar as contas públicas enquanto também tenta atender diversos interesses de classe. A declaração foi dada ao GloboNews Mais.
Segundo Haddad, há uma série de resistências para ajustar as contas públicas.
“O empresário não quer abrir mão dos seus privilégios, o trabalhador não quer abrir mão dos seus direitos e não deve, porque é parte mais fraca, a classe política, o Judiciário e o Executivo têm a sua dinâmica”, afirmou o ministro.
Segundo Haddad, apesar de tais resistências, o presidente Lula tem feito além do que pode para melhorar a questão fiscal brasileira.
“O maestro dessa orquestra, o presidente, tem recebido esses insumos todo e, na minha opinião, ele está processando da maneira para além do possível. [Lula] Está fazendo um esforço realmente grande de coordenar os poderes, as ações, para conseguir os melhores objetivos”, disse o petista.
Governo vai liberar “emenda-panetone” de R$ 5 milhões a cada parlamentar para aprovar orçamento essa semana
PT pega leve nas críticas ao BC de Galípolo; oposição aproveita para bater forte na alta dos juros
Aumento de juros pelo Banco Central
Na entrevista, Haddad definiu o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, como uma pessoa “muito séria” e disse não ter se surpreendido com a decisão de elevar os juros para 14,25% ao ano, anunciada na quinta-feira (19).
“Nós não esperávamos um cavalo de pau do [Gabriel] Galípolo. Ele tem um compromisso com a coerência das medidas do BC para cumprir o seu mandato. Qual seja: trazer a inflação para a meta. Esse é o compromisso do Galípolo”, afirmou Haddad ao GloboNews Mais.
Haddad diz que tem confiança em Galípolo e que presidente do BC é tecnicamente preparado
“O empresário não quer abrir mão dos seus privilégios, o trabalhador não quer abrir mão dos seus direitos e não deve, porque é parte mais fraca, a classe política, o Judiciário e o Executivo têm a sua dinâmica”
Galípolo é uma indicação do presidente Lula (PT) e substituiu Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Haddad afirmou que ele e o governo Lula têm confiança no novo comandante do BC.
Medidas econômicas no Congresso
Haddad abordou os projetos relacionados à economia que o governo Lula enviou ao Congresso Nacional, como ampliar a isenção no Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil mensais, o financiamento do programa Pé de Meia e o Orçamento de 2025, que deveria ter sido votado e aprovado no ano passado.
Sobre o IR, Haddad confirmou a informação de que o governo Lula pretende encerrar isenções fiscais para custear a estimativa de R$ 28 bilhões na arrecadação que a isenção do IR irá provocar.
“É o caminho que nós estamos propondo. Porque nós estamos revendo algumas isenções fiscais. Você está falando de uma pessoa que ganha R$ 1 milhão por ano e não paga sequer 10% de imposto de renda”, disse Haddad.
Nesta terça, o governo Lula apresentou o texto da proposta do IR que, agora, será votado por deputados e senadores. A tramitação ainda não começou, e as regras que forem aprovadas neste ano só começam a valer em 2026. Haddad comentou sua expectativa no Congresso.
Segundo Haddad, o projeto de reformar o IR não irá gerar perdas para a arrecadação de estados e municípios e para setores específicos da economia, como o agronegócio, por exemplo.
“Eu, diante de uma injustiça dessa natureza, apresentei para o presidente da República uma alternativa de compensação que eu considero a mais justa possível. Ele fez uma promessa de campanha, que aliás o Bolsonaro fez e não cumpriu, ele [Lula] quer cumprir porque ele se difere do seu antecessor porque tem honra e palavra”, disse o ministro da Fazenda.
Queda de aprovação no mercado financeiro
Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta semana indica que Haddad teve piora na avaliação junto ao mercado financeiro: 58% consideram sua atuação negativa (eram 24% no levantamento anterior, em dezembro de 2024), enquanto 10%, positiva (eram 41%).
Segundo o ministro, ele tem se reunido com representantes do mercado para “criar pontes” e mantém diálogo aberto com o setor.
“Eu entendo o mercado financeiro, mas eu não posso só olhar para o mercado financeiro. Eu tenho que ter uma visão um pouco mais ampla do que está acontecendo”, disse.
O mesmo levantamento colocou o trabalho de Lula como negativo para a maior parte do mercado (88%), enquanto o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, é mal avaliado por 8% e avaliado positivamente por 45% dos agentes de mercado entrevistados.
‘Aguardar’ postura do governo Trump com o Brasil
Haddad abordou as ameaças do governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, de taxar produtos brasileiros. O país já confirmou tarifa de 25% sobre aço e alumínio, que impacta o país. Porém, o ministro da Fazenda diz que não levará “gasolina para a fogueira” e que aguarda uma postura oficial do governo Trump na relação direta com o Brasil.
“Como eles estão abrindo guerra com o mundo inteiro, não vão preservar o Brasil. Mas quando for para uma mesa de negociação, eles vão botar o etanol na mesa, nós vamos colocar o açúcar na mesa. Tem uma longa negociação que vai acontecer”, disse o ministro.
Caso aconteça alguma divergência entre os países, afirma Haddad, ele confia que a diplomacia será responsável por azeitar a situação. “O Brasil tem uma grande diplomacia e sabe lidar com esse tipo de coisa. Estamos deixando eles apresentarem o plano de voo na relação conosco”, afirmou.
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