Haddad diz que Lula pediu mais um ministério no corte de gastos; Defesa foi chamada para reunião, afirmam interlocutores

Medidas que atingem Saúde, Educação, Previdência, Trabalho e Desenvolvimento Social já foram concluídas, disse Haddad. Ainda não há data para que pacote seja anunciado. Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista a jornalistas
TV Globo/Reprodução
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (11) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu a inclusão de mais um ministério, até agora ausente, nas medidas que o governo tenta fechar para cortar gastos e garantir as metas fiscais dos próximos anos.
Segundo Haddad, o debate já foi “concluído” com os ministérios que vinham se reunindo com a área econômica e com Lula na última semana – por exemplo, Saúde, Educação e Previdência Social.
Questionado, Haddad não quis dizer qual ministério foi alvo do pedido de Lula.
“As reuniões com ministros de Trabalho, Previdência, Desenvolvimento Social, Saúde, Educação, elas já se completaram. O presidente pediu para incluir um ministério nesse esforço, uma negociação que deve ser concluída até quarta-feira [13]. Eu não vou adiantar [qual], porque não sei se vai haver tempo hábil de incorporar o pedido. Mas acredito que vai haver boa vontade”, declarou.
A GloboNews apurou com interlocutores que a reunião será com o Ministério da Defesa. E que pode, inclusive, atingir o regime de previdência dos militares.
Até o momento, passaram pelas reuniões representantes de 12 ministérios – incluindo a “área econômica”, responsável por formular o pacote, e o “núcleo duro”, responsável pela articulação política e jurídica.
São cinco, no entanto, os ministérios que concentram os maiores gastos e devem ser atingidos pelo pacote:
Saúde;
Educação;
Trabalho e Empresa;
Desenvolvimento Social;
Previdência Social.
Se confirmado, o Ministério da Defesa – que abriga as três Forças Armadas e a folha de pagamento desses militares, ativos e inativos – seria o sexto ministério da lista.
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Reuniões para ajustes finais
Nesta terça, a área econômica deve se reunir com Lula para tratar da melhor forma de encaminhar os textos para o Congresso.
Na última semana, o ministro já tinha avaliado que o pacote exigiria uma proposta de emenda à Constituição (PEC), por exemplo. O governo ainda deve decidir se divide o pacote em vários textos, se concentra tudo em um projeto só e se tenta enviar parte por medida provisória, por exemplo.
Lula e Haddad também esperam apresentar o pacote aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), antes de divulgar a íntegra da proposta. Até esta segunda, no entanto, o compromisso ainda não tinha sido marcado.
Perguntado novamente nesta segunda, Haddad não quis detalhar o pacote que está sendo costurado.
“É aquela diretriz que nós anunciamos desde o começo desse processo, de fortalecer o arcabouço fiscal. Trazer para dentro do arcabouço aquilo que eventualmente não estiver se comportando como esperamos, para consolidar essa transição de um regime de déficit elevado e baixo crescimento para um regime equilíbrio fiscal com crescimento sustentável”, disse.
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