Inflação argentina fica em 3,7% em março e cai para 55,9% em 12 meses

Resultado veio enquanto o país aguarda a aprovação de um empréstimo de US$ 20 bilhões junto ao FMI. País passa por um grande ajuste econômico sob o comando do presidente ultraliberal Javier Milei. Presidente da Argentina, Javier Milei, acena para apoiadores, em Buenos Aires.
Agustin Marcarian/ Reuters
A inflação da Argentina ficou em 3,7% em março, apontou o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) divulgado nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos do país (Indec).
O resultado representa uma aceleração em relação aos 2,4% registrados em fevereiro. Enquanto isso, a inflação acumulada em 12 meses até março atingiu 55,9%, abaixo da taxa de 66,9% registrada no mês anterior.

O índice oficial de preços do país apresentou progresso ao longo do primeiro ano de gestão do presidente ultraliberal Javier Milei. Nos últimos meses, no entanto, a taxa mensal estagnou, ficando entre 2% e 3%. Dessa vez, se aproximou dos 4%.
A Argentina, que já vinha enfrentando uma forte recessão, passa por um grande ajuste econômico. Após tomar posse, em dezembro de 2023, Milei decidiu paralisar obras federais e interromper o repasse de dinheiro para os estados.
Foram retirados subsídios às tarifas de água, gás, luz, transporte público e serviços essenciais. Com isso, houve um aumento expressivo nos preços ao consumidor.
A Argentina também observou uma intensificação da pobreza no primeiro semestre de 2024, com 52,9% da população nessa situação. No segundo semestre, o percentual caiu para 38,1% — um total de 11,3 milhões de pessoas. O cenário tem despertado uma série de protestos pelo país.
Por outro lado, o presidente conseguiu uma sequência de superávits (arrecadação maior do que gastos) e retomada da confiança dos investidores.
Milei busca manter o ímpeto positivo na economia, em um momento em que o país aguarda a aprovação de um empréstimo junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI), a quem a Argentina já deve mais de US$ 44 bilhões.
Nesse cenário, reduzir a inflação é fundamental para o governo do líder argentino, que deseja eliminar os controles de capitais que prejudicam os negócios e os investimentos. Para isso, Milei quer que a inflação permaneça abaixo de 2% ao mês.
PIB da Argentina tem queda de 1,7% em 2024, primeiro ano de Javier Milei
Negociações com o FMI
O FMI anunciou na última terça-feira um acordo no nível de equipe técnica para um empréstimo de US$ 20 bilhões (R$ 117,4 bilhões), que deve ser avaliado pela diretoria ainda nesta sexta.
O empréstimo tem a finalidade de sustentar as reservas do Banco Central da Argentina, que vendeu mais de US$ 2 bilhões (R$ 11,7 bilhões) nas últimas quatro semanas para sustentar sua moeda, o peso.
À espera do acordo, foram registrados saltos nos contratos em dólar futuro de curto prazo, que na quinta-feira subiu 5,8% pela expectativa de uma depreciação da moeda loca — um cenário que poderia aquecer ainda mais o índice de inflação.
Após o primeiro ano do governo Milei, a inflação passou de 211,4% ao ano em 2023 para 117,8% em 2024, até cair aos atuais 55,9% em 12 meses.
* Com informações da AFP

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