Inflação entre 4% e 5% está dentro da normalidade do Plano Real, diz Haddad

Ministro da Fazenda está na Arábia Saudita, onde participou do painel “A Path for Emerging Market Resilience” em evento do Fundo Monetário Internacional (FMI). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (17) que uma inflação entre 4% e 5% está relativamente dentro da normalidade para os padrões do real, que foi implementado em 1994.
Haddad deu a declaração durante participação no Painel “A Path for Emerging Market Resilience” em evento do Fundo Monetário Internacional (FMI), na Arábia Saudita.
No ano passado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, somou 4,83%.
“O Brasil deixou uma inflação de dois dígitos [acima de 10% ao ano]. Hoje, tem inflação entre 4% e 5%, relativamente dentro da normalidade desde que o real foi implementado”, declarou o ministro.
Entre 4% e 5%, a inflação brasileira está acima da meta central de 3%, que é perseguida pelo Banco Central por meio da fixação do juro básico da economia, a taxa Selic.
Se ficar acima de 4,5%, como no ano passado, há estouro da meta oficial de inflação.
Segundo ele, houve um encarecimento do dólar no fim do ano passado, o que pressionou a inflação e obrigou o Banco Central a intervir no câmbio. Ele acrescentou, porém, que neste momento o dólar já em “níveis apropriados”.
“Entendemos que os ajustes fiscais que estamos fazendo não é recessivo, pois estamos garantindo um crescimento econômico de 3%, 4%, com inflação em queda. Mesmo tendo de subir os juros neste momento para atingir as metas de inflação”, disse o ministro Haddad.
Metas de inflação
Para definir o nível da taxa Selic, o Banco Central trabalha com o sistema de metas de inflação. Se as estimativas para o comportamento dos preços estão em linha com as metas pré-definidas, é possível reduzir a taxa. Se as previsões de inflação começam a subir, a opção é manter ou subir os juros.
Com as previsões de inflação acima da meta neste e nos próximos anos, o BC tem subido a taxa de juros, que está, atualmente, em 13,25% ao ano. Trata-se do maior juro real do mundo.
A meta central de inflação média, nos 26 anos do regime de metas, entre 1999 e 2023, foi de 4,5%.
A inflação média registrada entre 1999 e 2023, segundo dados oficiais do IBGE, foi de 6,36%.
Em meados do ano passado, o ministro Haddad afirmou que uma meta central de inflação de 3% no Brasil seria “exigentíssima” e “inimaginável”.
“As contas estão mais equilibradas, a inflação totalmente controlada, os núcleos estão rodando abaixo da meta, que é exigentíssima. Uma meta para um país com as condições do Brasil, de 3%, é um negócio inimaginável. Desde o regime de metas constituído, quantas vezes o Brasil teve 3% de inflação, quantos anos isso aconteceu? Nos 25 anos do regime de metas”, questionou o ministro Haddad na ocasião, no Congresso Nacional.
Uma meta central de inflação de 3%, porém, é adotada em outros países emergentes como Chile, México, China e Colômbia.
No Peru, a meta é menor, de 2%, mas em nações como Índia, China e Turquia, a meta é mais alta do que 3% (veja a lista no fim dessa reportagem).
Metas de inflação em países emergentes
Veja as metas de inflação vigentes para o ano de 2024:
Peru: 2%, podendo oscilar entre 1% e 3% sem que seja descumprida
Indonésia: 1,5% a 3,5%
Brasil: 3%, podendo oscilar entre 1,5% e 4,5% sem que seja descumprida
México: 3%, podendo oscilar entre 2% e 4% sem que seja descumprida
Chile: 3%
China: 3%
Colômbia: 3%
África do Sul: 3% a 6%
Uruguai: 3% a 6%
Índia: 4%
Rússia: 4%
Turquia: 5%
Egito: 7%, podendo oscilar entre 5% e 9% sem que seja descumprida
Deixe seu Comentário
Ir Para o Topo