Quem foi Ibrahim Eris, um dos pais do Plano Collor que morreu aos 80 anos

Economista e ex-presidente do Banco Central, Eris nasceu na Turquia e veio para o Brasil em 1973. Ibrahim Éris em entrevista coletiva realizada em Brasília, em dezembro de 1990
LEONARDO CASTRO/ESTADÃO CONTEÚDO
O ex-presidente do Banco Central do Brasil (BC) Ibrahim Eris morreu nesta sexta-feira (8), aos 80 anos.
Um dos criadores do Plano Collor, o economista esteve à frente da instituição entre março de 1990 e maio de 1991, durante a presidência de Fernando Affonso Collor de Mello e com a gestão de Zélia Maria Cardoso de Mello no Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento.
Eris também foi vice-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e atuou como consultor de investimentos.
Início da carreira
Nascido na Turquia, em 1944, Ibrahim Eris se formou em economia e estatística pela Middle East Technical University e cursou um doutorado no mesmo tema na Universidade de Vanderbilt, em 1966.
Veio para o Brasil em 1973 e logo se tornou professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (USP). Nesse período, foi professor de grandes nomes da Economia brasileira, como Aloizio Mercadante, atual presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Persio Arida, um dos idealizadores do Plano Real.
Na década de 70 se tornou vice-presidente do Ipea e colaborou com diversos trabalhos para Antônio Delfim Netto, então ministro do Planejamento.
Plano Collor
Segundo o Banco Central, Eris foi convidado por Maria Zélia Cardoso de Mello para integrar o grupo criado para preparar o programa econômico de Fernando Collor de Mello pouco antes de 1989.
Com a eleição de Collor, Eris continuou parte da equipe econômica e foi presidente do Banco Central entre março de 1990 e maio de 1991, sendo um dos responsáveis pela criação e implementação do Plano Collor.
🤔 O que foi o Plano Collor? O Plano Collor, também conhecido como Plano “Brasil Novo” foi um conjunto de medidas que visavam controlar a hiperinflação em que o Brasil se encontrava e dar novas forças à economia. Entre as propostas estava o confisco dos depósitos à vista e de poupança da população pelo prazo de 18 meses, causando grande comoção nacional.
Em entrevista concedida ao Banco Central, Eris afirmou que a ideia de congelamento de gastos
Eris deixou a presidência do BC em 1991, após o fracasso do plano.
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