Tambores da Inclusão: projeto estimula práticas sustentáveis junto aos pequenos negócios

O projeto “Tambores de Inclusão: ESG”, idealizado pelo Sebrae Maranhão, encerrou o circuito de oficinas “Te Alui, Piqueno!”, proporcionando capacitação de pequenos negócios em comunidades sub-representadas, tendo como destaque a promoção de práticas sustentáveis. Com uma abordagem ESG (Ambiental, Social e de Governança), a iniciativa percorreu as 12 unidades regionais do Sebrae no estado, reforçando o desenvolvimento sustentável e inclusivo.

Com o lema “cada batida, uma voz”, desde o lançamento em julho, o projeto busca alcançar empreendedores de comunidades tradicionalmente menos favorecidas, como mulheres, quilombolas, indígenas, pessoas com deficiência, a comunidade LGBTQUIAPN+ e outros grupos sociais.

A iniciativa deixa marcas profundas. Fábio Pallaes, especialista em ESG e instrutor da oficina, acredita que o sucesso da iniciativa reflete o comprometimento dos participantes. “No início, encontramos certa resistência. Mas, ao longo das oficinas, vimos uma transformação; os participantes se engajaram e passaram a contribuir ativamente. Isso prova o valor de ir até as comunidades e ouvir suas necessidades,” destaca Fábio.

A oficina de Balsas encerrou o circuito que percorreu as 12 unidades regionais do Sebrae no Maranhão. (Foto/Divulgação)

Samuel Lobo, gestor de Sustentabilidade Corporativa do Sebrae Maranhão, enfatizou a importância da escuta ativa como parte da estratégia. “Estamos vivenciando um momento importante de troca, de ressignificação do papel do Sebrae no apoio ao empreendedorismo social e de adequação dos nossos produtos para atender melhor esses grupos diversos. A riqueza das oficinas está em entender as necessidades dos territórios para que possamos oferecer soluções viáveis”, declarou Samuel. Segundo ele, a metodologia é focada em criar um espaço de troca, integrando práticas inclusivas ao ecossistema empreendedor do estado.

A cabeleireira Maria de Nazaré Rocha da Silva, participante da oficina em Balsas, fala desse impacto. “Foi uma experiência de muita gratidão. Aprendi coisas novas que me ajudam a empreender com mais segurança,” compartilhou Maria. Para Ellen Santos, estudante, o aprendizado inspirou sonhos: “Quero abrir meu próprio salão e criar um espaço onde as mães possam cuidar de si enquanto suas crianças são acolhidas. Essas trocas nos ajudam a expandir nossa visão,” comentou.

Fortalecimento da identidade comunitária

José Lázaro da Cruz, representante da comunidade quilombola de São Domingos do Azeitão, destacou o poder das oficinas em unir e organizar a comunidade em torno de um objetivo comum. “Com união e conhecimento, estamos entendendo mais sobre como fazer a nossa comunidade crescer. É uma oportunidade única,” afirmou.

Representando uma comunidade quilombola de São Domingos do Azeitão, José Lázaro, participou e m busca de novos conhecimentos. (Foto/Divulgação)

Outro exemplo de impacto vem do relato de Iracy Gonzaga da Silva, de Pastos Bons, moradora do Quilombo Cascavel e produtora de horticultura. Para ela, a oficina trouxe uma visão sobre temas como qualidade, equidade e sustentabilidade. “Quando ouvi sobre os tambores, soube que incluía todos nós, que participamos da roda e somos muitas vezes deixados de lado. Mas agora, vejo que todos podem fazer parte dessa roda e que todos serão beneficiados e incluídos”, reforça. Os participantes também são multiplicadores: “Ao chegar na minha comunidade, quero compartilhar o que aprendi sobre os ‘Tambores de Inclusão’ com as mulheres que trabalham comigo,” afirmou Iracy.

O ciclo de oficinas será concluído com o evento “Chegar Junto”, no próximo dia 13 de novembro em São Luís, que tem como objetivo compartilhar aprendizados e discutir demandas locais. A proposta é consolidar o legado de empoderamento e sustentabilidade para pequenos negócios do Maranhão.

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